Mães sinceras
Agora que li tudo.
Não acho as mães de hoje mais sinceras do que as outras, muito pelo contrário. Ter um filho hoje, pelas dificuldades que por vezes essa decisão acarreta e pelo investimento que é feito, é equiparado a uma dádiva dos céus. É quase um sacrilégio ouvirmos uma mãe dizer raispartácanalha!!!
A sinceridade, que na minha opinião sempre houve, deixou de existir na nossa geração. Por isso é que agora é notícia.
Como o próprio artigo refere, elevámos demais o padrão do que é ser boa mãe ou bom pai. Com tantos medos e psicologia, vivemos sob pressão. A pressão de rir sempre, de saber sempre controlar uma birra, de não deixar chorar o bebé, de afinal deixar chorar, de amamentar até determinada idade, de não o levar para a nossa cama, de afinal levá-lo para a nossa cama,... ai, socorro!
Vamos só ser, está bem?
(Os últimos dias têm sido complicados. Gritos e palmadas no rabo. É indiscritível. Quer-me sempre junto a ela, mesmo em casa. Grita literalmente por mim, da sala para a cozinha, ininterruptamente, como se a estivessem a matar. Eu descontrolo-me, assusto-a, ainda chora mais.
Acho que a explicação é simples: falta de uma sesta em condições.)
Não acho as mães de hoje mais sinceras do que as outras, muito pelo contrário. Ter um filho hoje, pelas dificuldades que por vezes essa decisão acarreta e pelo investimento que é feito, é equiparado a uma dádiva dos céus. É quase um sacrilégio ouvirmos uma mãe dizer raispartácanalha!!!
A sinceridade, que na minha opinião sempre houve, deixou de existir na nossa geração. Por isso é que agora é notícia.
Como o próprio artigo refere, elevámos demais o padrão do que é ser boa mãe ou bom pai. Com tantos medos e psicologia, vivemos sob pressão. A pressão de rir sempre, de saber sempre controlar uma birra, de não deixar chorar o bebé, de afinal deixar chorar, de amamentar até determinada idade, de não o levar para a nossa cama, de afinal levá-lo para a nossa cama,... ai, socorro!
Vamos só ser, está bem?
(Os últimos dias têm sido complicados. Gritos e palmadas no rabo. É indiscritível. Quer-me sempre junto a ela, mesmo em casa. Grita literalmente por mim, da sala para a cozinha, ininterruptamente, como se a estivessem a matar. Eu descontrolo-me, assusto-a, ainda chora mais.
Acho que a explicação é simples: falta de uma sesta em condições.)
11 Comments:
Não entendi que estivessem a chamar às mães de agora mais honestas, bem pelo contrário (tipo a premiar as poucas que conseguem ser honestas). O que acontece é que enquanto há uns anos ser mãe era uma obrigação incontornável (um bocado como é hoje trabalhar), hoje é vista como um enorme previlégio que nos é dado (como se não nascessem a cada segundo, centenas de crianças no mundo).
Eu acho que sim, que podemos só ser. Sendo que o ser é também, às vezes, estar farta de o ser e outras adorar.
A mim irritam-me as pessoas (outras mães, médicos e todos os outros) que parecem não ter mais nada que fazer do que impingir conceitos de maternidade ideais, fazendo com que as mulheres se sintam sempre mal e em falta.
Posso dizer-te que comigo começou logo na primeira enfermeira que falou comigo depois do parto na maternidade.
Clara: Concordo. :)
E mais uma visão da "coisa" que está certíssima.
Eu concordo contigo e com a Clara.
Pode-se dizer tanto sobre isto e de tantas perspectivas diferentes.
(espero que os dias melhorem. As faltas de sestas por aqui também são fatídicas como o destino!)
É muita pressão....
Por aqui a sesta também faz muuuuuuita falta....
:(
ser mãe é ser politicamente correcta. Há tantas regras, regrinhas, padrões, estereotipos, por vezes que se contradizem tanto como bem explicas, que uma mãe perde-se e muitas vezes sente-se (ou fazem-na sentir) má mãe. Por isso a blogosfera me agrada tanto, aqui encontrei mulheres que pensam como eu, e isso fez.me tão bem. Acho que se não tivesse chegado a até "vocês" ainda hoje andava com sentimentos de culpa em relação a tudo.
eu ainda estou a "mastigar" o texto...
(deixa que aqui a falta de uma boa sesta ou o deitar mais tarde do que o habitual também costumam dar mau resultado...)
eu acho que estamos mais honestas. connosco. Eu ouvia a minha mãe e mães de outros miúdos queixarem-se mas nunca as ouvi falar do assunto, dizerem o que sentiam com a maternidade a cada instante. isto nós fazemos (porque temos meios, porque há quem nos oiça/leia).
Nunca ninguém me tinha dito que às vezes cansa e desespera, só vi que não era a única quando comecei a ler e a falar com outras mães.
e acho que a pressão para sermos tudo e mais alguma coisa vem de nós e não dos outros, das ideias que fomos criando enquanto crescíamos. Nunca senti que alguém me impingisse conceitos ideais, eu já os tinha dentro de mim, sendo ou não claros. A maior luta que travei, e travo, é na minha confrontação pessoal; quando vou contra ao que eu instituí como o caminho certo ou errado.
Por isso, sim, acho-me mais sincera que a minha mãe e a minha avó, por exemplo. Sinto que eu vejo a maternidade como mais uma parte de mim, mais uma parte do meu equilíbrio, e não como algo que (agora que é) tem mesmo de ser.
mas houve um ensinamento que trouxe da minha mãe e da minha avó: não existem lados negros na maternidade, como não o existem no casamento, no trabalho, na amizade. Existem altos e baixos e dependem sempre da nossa atitude.
(fui muito confusa?)
o que piora as coisas nos dias de hoje não é só a pressão para ser uma boa mãe. é para o ser ao mesmo tempo que se é uma boa profissional e tb uma boa gestora da casa.
(e isto idenpendetemente de haver pais que participam em todas estas tarefas)
a mulher sente-se pressionada por tudo isto. é a realidadee actual. faz-se demais de tudo. talvez por isso haja mais falhas de facto. no ser mãe, profissional e gestora da casa.
os miúdos birram mais, as mães trabalham com sono e esquecem-se de tirar o lombo do congelador!
:)
mas o que está mal é o SISTEMA!!!
:)))))
a última frase da pal diz tudo!
Gostei do "vamos só ser"
É preciso despenalizar a maternidade
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