segunda-feira, novembro 27, 2006

Sexta-feira sem luz

(escrevinhado em papelitos no parapeito da janela, as duas em casa)

Gaivotas a voar em círculos mal desenhados no céu por cima de nós. Se a Dona L. tiver razão é porque há tempestade no mar.
Não temos luz. Não há Ruca. Não há varinha para passar a sopa. Ai, que não páras de tossir...
Um chá quentinho, é isso.
Ia pegar no fervedor eléctrico. Pois, não dá. Que hábitos temos nós agora.

(Parece que já há... não, foi abaixo outra vez.)

Púcaro com água no fogão. Click... click... click... mas isto também não funciona? Ah! Ok. Fósforos.

São 16h. Daqui a nada precisamos de velas. Vou acender a lareira também. Já não vejo as gaivotas.

Não deixa de ser bom. Apuramos os sentidos. Vemos pior, mas sentimos e ouvimos melhor. Concentramo-nos no que é essencial. Já dizia o Principezinho que o essencial é invisível aos olhos. Se calhar é por isso que só o vemos assim, quase na escuridão. A tua voz, as mãos quentes a encolver uma caneca com chá, o silêncio, os livros.

(Passava das 21:30 quando a luz voltou.)

1 Comments:

Blogger Bekas C. said...

Por aqui também foi assim...

27/11/06 11:35  

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