quinta-feira, maio 31, 2007

Grey's Anatomy (ou O cabelo grisalho fica-lhes tão bem)

Dela

Quer-me. Quer-nos. Pele com pele. Boca. Mãos. Abraços.

- Mima-me, mamã!

Sofre com as despedidas. Vejo-lhe nos olhos. Nos lábios a atirar beijinhos. Nos dedos que esticam, esticam para prolongar o até logo. Até já. Como se se estivesse a alhear de uma parte do corpo. Deseja-nos sempre entrelaçados. Misturados. Numa confusão de braços, amor, bochechas, mimos e cabelos. Como esta manhã.

Pede o impossível.

- Queria o papá... Eu, tu e o papá, sempre.

Desde que não se afoguem todos no fim

Your Love Life is Like Titanic

"Promise me you'll survive. That you won't give up, no matter what happens, no matter how hopeless."

You think that you only really have one true love in your life. And that you better to anything and everything to be with that person.
You tend to be very nostalgic about past loves that didn't work out. There are many secret feelings that you keep to yourself.

Your love style: Deep and emotional

Your Hollywood Ending Will Be: Bittersweet

Podia ser pior

You Belong in 1990

With you anything goes! You're grunge one day, ghetto fabulous the next. It's all good!

Queria ser mosca

Terça e quarta-feira foi ela a responsável da sala.

Talento

Com agulhas.

Vai já ali para a lista da direita.

terça-feira, maio 29, 2007

Chegou

o primeiro convite para uma festa de anos de um colega da escola.

Acho que os pais do menino têm uma certa tendência suicida. Convidaram vinte crianças de quatro anos. Vinte.

segunda-feira, maio 28, 2007

Espertinha

- Fica calma outra vez, mamã! Faz aquela voz fininha, mamã!

sexta-feira, maio 25, 2007

Na tarde dos meus anos

enfio-me na cozinha.

25

É hoje. Um quarto de século.

Ontem chorámos o adeus a um duro marinheiro. Amanhã sorrimos num casamento.
É assim a vida.

sexta-feira, maio 18, 2007

Gosto

muito das manhãs em que posso ser eu a acordá-la.
(O contrário é tão mais frequente...)

Abrir as janelas, ver como está o tempo, arranjar-me com calma, pensar, olhar-me no espelho.

Encher-lhe as bochechas de beijos.

É de extremos

Tão delicada como destrambelhada.

Tão meiga como brusca e impulsiva.

quinta-feira, maio 17, 2007

Na RTP2

A Ilha das Cores.
Giro e educativo.
A M. aprovou.

Trazia

um saco do supermercado. Cereais, queijo, manteiga, pão, cerejas e damascos. A M. na outra mão.

Uma mulher aproxima-se de mim e pede ajuda. Traz um bebé ao colo. Diz que precisa de tudo. Dou-lhe o pão, sem pensar mais.

- Todo?

Sim. Duas mãos estendidas. A dela e a do bebé (1 ano?). Sorrisos e agradecimentos.

Eu trazia um saco com cereais, queijo, manteiga, pão, cerejas e damascos e só lhe dei o pão. Quase nada. Ela foi embora com o pão e eu fiquei com os cereais, o queijo, a manteiga, as cerejas e os damascos. Ah, e o atum.

segunda-feira, maio 14, 2007

Quando olhei para ti

e te vi de sandálias velhas e gastas, unhas dos pés pintadas de cor-de-rosa, kispo, mangas da camisola com restos secos do almoço, fiquei sem saber se devia rir ou chorar.

Estávamos na rua. Não houve tempo para ter vergonha, logo outro assunto ou solicitação me assaltou.

Mas tenho a certeza que as pessoas repararam. Que reparam sempre que não temos grandes regras no que diz respeito ao teu vestuário. Não sei o que sentir a esse respeito, mas não é preocupação de certeza.

Pesadelo

A mim também não me passaria pela cabeça ir embora.
Não seria capaz de me meter num avião e deixar o sítio onde a minha filha tinha desaparecido. Mesmo que provavelmente ela já lá não estivesse.

A sério, ela disse isto

- Vamos ao parque! Achas que estão lá mais meninas? Eu posso perguntar como é que elas se chamam...

As nossas idas à ginástica têm sido um bom treino. É obrigada a conviver com outras meninas que lá aparecem com as mães. Com os meninos é mais complicado. É obrigada a lidar com as aproximações sozinha. É obrigada a dirigir-se a elas quando quer brincar.

Eu vejo tudo pelo espelho, mas finjo que não é nada comigo. E não é.
Invejo as famílias grandes, com muitas crianças, que se reunem com frequência.
Invejo as vizinhanças com portas abertas, onde todos entram e saem, adultos conversam, crianças brincam.

Um fim-de-semana por casa, com um tempo pouco famoso lá fora, pode tornar-se penoso para uma criança (e para a sua mãe) que está rodeada de adultos.

E eu estou farta de brincar às bonecas.

Palavras

Queriam que completasse uma frase. "Para mim o/a meu filho/a é..."

É... é... Mas isto é tão redutor! Tão limitado! Pedir a uma mãe que diga o que é para si o filho é pedir que explique o sentido da sua vida, que se esvazie e se coloque ali em três linhas. Caramba, que coisa, não me sai nada!

A M. ajudou. Assim que percebeu a minha dificuldade. Uma p'incesa!

Pois claro. Uma princesa. Para mim a minha filha é uma princesa!

E risos. (Rio-me tanto com ela, o riso dela enche a casa e os dias.)
E choro. (Muito chorona, graças a Deus!)
E abraços e beijos. (Tantos. Vivemos assim.)
E sol. (Nas palavras, no rosto, na felicidade.)
E mar. (Nos olhos.)
Tudo.
Amor.

Foi o que ficou escrito.

Da semana que passou

Trancinhas, uma de cada lado, para a escola.

Um susto com um cão na estrada.

Conversas giras e complicadas: A barriga adoptou o 'bigo!

Um concerto com muitas mãos no ar.

terça-feira, maio 08, 2007

Dia da Mãe forever

Sonhei que tinha de sair de casa a correr. Não tinha tempo para levar muita coisa comigo. Duas coisas pareciam essenciais: as batas da escola da M. e o bonequinho que fez para o dia do pai e que está pendurado na parede.

De manhã, agora que uma das perguntas da praxe é qual foi o teu sonho hoje?, rimo-nos à custa disso.

Perguntei-lhe o que levaria ela, se tivessemos de mudar de casa a correr.

- A mamã.

Assim. Logo. Sem pensar meio segundo.

segunda-feira, maio 07, 2007

Era mais giro

ser hoje o dia da Mãe na escolinha.

Ontem foi mais o dia da minha mãe do que o meu. Fiquei arrumada na sexta-feira.

ex-Wist

Vi ao vivo as Birkenstock que estão ali ao lado.
Nah! Na foto parecem muito mais giras.

Estreias

Lembro-me da emoção da primeira prendinha do dia da mãe. Uma mãozinha pequenina e cor-de-rosa (?) marcada numa rodela de cortiça. Só e tanto. Tinha um ano e pouco.

(E da segunda. Um saquinho bem cheiroso com a marca da mãozinha ainda pequenina e cor-de-rosa. Tinha dois anos e pouco.)

Lembro-me da primeira actuação para os pais. Em Julho do ano passado. Os tremeliques que me afectavam músculos e voz. O nervoso miudinho. Fico sempre assim. O sorriso parvo. A cantiga tão bem cantada. A coreografia tão bem feitinha. A minha bebé.

As primeiras vezes têm um sabor especial. Depois já sabemos como é. Já sabemos que corre tudo bem. Eles e nós descontraídos. É bom.

quinta-feira, maio 03, 2007

Muito para dizer

que aos quatro o ritmo das novidades é alucinante.
As conversas são fantásticas e surpreendentes.
Os novos conhecimentos, as descobertas, as vitórias. As grandes vitórias destes últimos meses...

Acho que não contei como as minhas costas me obrigaram a acabar com os colos prolongados. E como ela colaborou.

Acho que não contei como se diverte com as outras meninas da sala e não sempre e só com a mesma. Nem se aflige caso ela não esteja presente ou não queira brincar.

Acho que não contei as secas felizes que apanho quando a vou buscar à escola. Nunca quer vir logo embora.

Acho que não disse como me orgulho dela.