terça-feira, janeiro 30, 2007

O difícil

, mais do que as perguntas em si, é a velocidade com que o tema muda

- Papá, por que é que temos pestanas?
- O umbigo pertence à nossa pele?
- ... (já não me lembro da outra, foi ontem, se me lembrar acrescento)?


e a sensação de que nos está a testar.

Etiquetas:

Culpa

Trilhou (trilhei-lhe) dois dedos na cama.
Estão um bocadinho vermelhos e arroxeados.

Etiquetas: ,

Dia grande

Depois de um dia em que coube quase tudo, desde livros e histórias na biblioteca da cidade grande a brincadeiras junto à praia na cidade pequena, tudo na companhia de duas queridas amigas, adormeceu como uma patinha no sofá da sala enquanto eu tirava o peixe do congelador e picava uma cebola.

Etiquetas:

Vírus

Anda muita gente doente por aqui. Gripe.
Famílias vizinhas inteiras de cama.

A ver se nos safamos...

Etiquetas:

segunda-feira, janeiro 29, 2007

Formas geométricas

Procurava pela casa coisas quadradas, para mostrar que sabia bem o que era um quadrado.
O guardanapo, aquela caixinha, o tampo desta mesa.
Dobrei um guardanapo de modo a fazer um triângulo:

- E assim? Como é que se chama?
- Humm... É um chapéu!
- Não.
- É um barco...
- Não. É um tri...
- ...tinta e um!!

Risada geral, claro.

Etiquetas:

sexta-feira, janeiro 26, 2007

:)

Ontem, ao vê-la chorar (choro sentido, não fingido ou de birra), contornei-lhe a cara com as mãos e sorri.

A expressão era exactamente a mesma de quando era bebé.

Etiquetas: ,

quarta-feira, janeiro 24, 2007

Arbitrar

Só falta o apito.

- Não deixes isso aí!
- Agora não são horas de fazer isso!
- Se queres ver o filme, tens de arrumar o que deixaste ali!
- Olha tantos papelinhos no chão! Vamos apanhar!
- Não estragues tantas folhas!
- Não se deita comida ao lixo!
- Não te molhes!
- Não te sujes, acabei de te vestir!
- Não limpes a boca com a manga!
- Calça-te!
- Calça-te!
- Calça-te!
- Vamos falar direito, sim? Não é preciso gritar!
- A televisão está muito alta! Ficas surda!
- Não se deve ver televisão assim tão perto!
- Assim descalça não podes sair do tapete!


(- Anda cá para o meu colinho!)

Etiquetas:

terça-feira, janeiro 23, 2007

Acelero-me

Por duas vezes aconteceu dizerem que precisavam de conversar comigo quando entro na escola da M. Não me dizem logo qual é o assunto. O ar é mais ou menos sério. Nos poucos minutos de espera penso em trezentas possibilidades. Nada de bom. Ouço o meu próprio coração a bater.

Com a conversa, recupero a calma (a interior, porque a exterior raramente perco em público). O assunto parece-me sempre menos grave do que todos aqueles que imaginei.

A primeira vez, há mais de um ano, foi para me aconselharem a não permanecer muito tempo no refeitório quando ia buscar a M. à hora do lanche.
A segunda vez, foi para me informarem sobre as medidas profiláticas que iam tomar por ter havido um caso de meningite numa das salas.

Etiquetas:

Vou à Zara Home


















e trago pedacinhos.

Etiquetas:

segunda-feira, janeiro 22, 2007

É assim

Ver a nossa filha à luta provoca reacções e sentimentos ambíguos (e secretos).
Por um lado queremos parar com aquilo. E já! Por outro lado queremos que saia vitoriosa de uma luta que não foi ela que provocou nem começou.

Se fosse ela a começar, ralhava e acabava logo com aquilo, que eu cá não gosto dessas coisas.

Etiquetas:

(Eu) Sonho

















Gosto tanto...

Etiquetas:

Children see, children do

Quer sempre pôr velas e flores na mesa.

Etiquetas:

sexta-feira, janeiro 19, 2007

Para mim













Tão lindo, pá! Uns meninos e uma casinha com porta e chaminé e fumo a sair! Gostei tanto deste desenho! :D

Etiquetas:

quinta-feira, janeiro 18, 2007

Observando o mundo

- O que é a natueza?
- Por que é que os carros andam o mais depessa possíbel?


Para a avó:
- Que impotância faz o tabalho?

Etiquetas:

Semana estranha

Birras (ou nervoso miudinho) de manhã para vestir. Noites muito interrompidas: Já é de dia? Eu quero que fique de dia... Quando for de dia avisas-me? Finais de tarde pouco habituais: Já é de noite? Eu não quero ir dormir! Prometes que eu fico sempre acordada?

Alguma coisa me está a passar ao lado. Ou então é simplesmente uma fase de medos (do escuro, dos sonhos...). É o que o P. acha.

Tem bebido o leite e adormecido calmamente na sala desde segunda-feira, embrulhada num edredon. Espero que a excepção não se transforme num mau hábito, mas prefiro isso a tê-la nervosa e preocupada com a ida para a cama e com as luzes acesas e apagadas.

Hoje já a achei mais igual a ela própria. A manhã até saírmos correu sem sobressaltos.

Etiquetas:

terça-feira, janeiro 16, 2007

Mudanças

Eu concordo.

Etiquetas:

segunda-feira, janeiro 15, 2007

Sinais

Quando está nervosa birra mais. Uma comichão pode atingir proporções inimagináveis. Pode fazer-nos trocar a roupa ou cortar etiquetas que já lá estão há meses, mas que se tornaram insuportáveis de aguentar. As meias não assentam bem. As costuras incomodam. A barriga às vezes dói.

Etiquetas:

Again

- Mamã, diz-me lá a IMPOTÂNCIA da escola!

Desta vez devolvi a pergunta. Diz-me lá tu, por que é que achas que os meninos vão à escola? Porque não têm trabalho foi a primeira resposta. :D

A verdade é que dizer que a escola serve para aprender coisas novas não cola. Não faz assim coisas tão diferentes na escola daquilo que faz em casa. Remeto sempre para mais tarde, para a próxima escola ou próximos anos, as novas aprendizagens. E aí vai ser ainda melhor. Apoio-me nas brincadeiras com outros meninos e desta vez lembrei-me de argumentar com as aulas de música e de ginástica. Isso não faz em casa.

Etiquetas: ,

sexta-feira, janeiro 12, 2007

Os cheiros

Aquele narizito continua a surpreender(-me).

Nas vésperas de Natal, entrámos num centro comercial. Sentia-se um cheiro estranho no ar. Salgado, forte, pouco habitual.
- Ai, cheira a qualquer coisa. Não sei o que é. - digo eu
- É bacalhau.
- Realmente, parece.

Não parecia, era mesmo. Logo à entrada do hipermercado anexo ao centro comercial, deparámo-nos com pilhas e pilhas de bacalhaus.

Etiquetas:

Cor dos olhos






-Mamã, de que cor são os meus olhos?

Azuis, cinzentos, verdes.

Etiquetas:

(Pausa)

Habituei-me (obriguei-me) a fazer pausas para olhar para as coisas.

No caminho de todos os dias, os campos estão cheios de flores. Este sol (tão bom, tão bom) de Janeiro pontilhou os campos de flores amarelinhas. Saímos do carro. Tocamos. Cheiramos. Sorrimos. Alguém passa por nós e, surpreendentemente, sabe o nosso nome.

O que fica desta vida são os momentos em que paramos. Em que ouvimos o silêncio. Em que nos olhamos verdadeiramente.

Etiquetas:

quinta-feira, janeiro 11, 2007

Mentirinhas, desobediências e castigos

Pequenas mentirinhas a toda a hora.
Sim, já fiz. E não fez nada. Já arrumei. E não arrumou nada.
Ou invenções: Hoje, a professora de ginástica partiu uma perna!

Sinto que está a fazer experiências comigo.

Já quanto a desobediências, que também as há por aqui, são mais contidas.
É mais comum não fazer, quando lhe digo para fazer (por exemplo chamá-la para a mesa ou pedir que arrume isto ou aquilo). Fazer, quando lhe digo para não fazer é mais raro. Não sei se por medo das consequências, se por medo de mim, se por respeito, simplesmente. Mas também não quero pensar nisso.

O primeiro castigo foi antes do Natal. Maus modos, deixar cair (por causa dos maus modos) um pão ao chão e não o apanhar de seguida nem perante a minha ordem para o fazer. Televisão desligada e não há mais desenhos animados até ao Natal. Foi o que saiu. O Natal era no dia seguinte, pronto. Mas como estávamos de manhã, ainda faltava muito tempo. Cinco minutos depois apanhou o pão, correu para mim a dizer que o tinha feito, abraçou-me e enfiou a cabeça por baixo da minha camisola. Vergonha. Acabei por amolecer, retribuí o abraço, mas o castigo manteve-se, claro.
O dia inteiro uma doçura, nem se atreveu a pedir-me para ver desenhos. Nem quando as primas apareceram com o dvd da Barbie.

Etiquetas:

Paralelo

Mantenho, para além deste, um outro "diário". Escrito em folhas de papel, com tinta de esferográfica. Sem qualquer método ou organização. Este, que não considero apenas um diário ou um bloco de apontamentos, mas uma oportunidade de discutir assuntos, recolher conselhos, reunir opiniões e experiências, completa o outro. O que escrevo aqui, raramente refiro do outro lado. Mas, reparei há pouco tempo, que o que escrevo lá é muito diferente do que escrevo aqui. É mais bonito, porque é menos pensado. É mais pessoal, porque me dirijo à M. Tem poemas que tiveram um significado especial nesta ou naquela ocasião. Tem uma ou outra foto.

Tenho pena que durante o primeiro ano os registos sejam tão pobres. Tirando uma ou outra excepção, são meras referências à etapa em que a M. se encontrava. Primeira papa. Primeira sopa. Sentou-se. Levantou-se agarrada.
Tenho pena que haja semanas a fio sem um único texto. Entre os 10 e os 18 meses escrevi pouco.

Um dia quero compor um livro. Com as coisas daqui e de lá. E com os poemas, tão lindos! Para a M.
Acho cedo aos seis anos, quando souber ler. Imagino-a já adolescente a ler-me. A perceber-me e a perceber-se. Acho que essa é a altura.

Etiquetas:

quarta-feira, janeiro 10, 2007

Querida

Chama-me coisas como "meu algodão fofinho" ou "minha bola dourada".

Etiquetas:

terça-feira, janeiro 09, 2007

Para pensar

Falamos

de "apaixonamentos" (Mamã, estou apaixonada por alguém! É por ti! E pelo papá!) e de beijos lambusados e de boca aberta. Estar apaixonada é dar beijos assim. Não, meu amor, não é. Há-de ser, mas não é para já. Só os namorados crescidos e os casados. Parece que há meninos a dar beijos assim lá na escola (O quê?????? Socorro!!!).

Falo mais facilmente (aliás, falo normalmente) de gravidezes, períodos e pénis do que destas coisas. Beijos e idades para o fazer e porquê? Não sei falar disso, não me ouço convincente e clara. Prefiro assuntos mais técnicos. Preciso de livros, urgentemente!

E:

Mamã, quando é que tu te casas?

Etiquetas: ,

Interrogo-me

Num determinado momento estamos felizes, deitadas no tapete, a brincar e a falar e a rir. Muito. Uma hora depois posso estar a ralhar e a discutir e a falar alto. Furiosa com as teimosias e insistências dela.

Parece-me estranho. Não devia isto ser mais constante? Estas oscilações de... de quê? De humor? De estado de espírito? É mesmo assim? É de mim ou ou estou só a responder ao comportamento dela? Há culpas? É imaturidade? Instabilidade minha?

Se ela não me chamasse duzentas mil vezes seguidas e ininterruptas, se não ignorasse os meus espera aí, já vou (ou ouvisse se a televisão não estivesse em altos berros), se obedecesse quando lhe digo para não sair do quarto descalça, eu não me zangava.

Se não tiver motivo, não me zango. Mas se eu fosse uma pessoa calma e ponderada (como achava que era), também não gritava.

Odeio-me tanto quando sinto que perco o controlo. Quanto mais perco o controlo, mais alto falo. E quando eu falo alto, ela assusta-se, porque confia em mim e não está a espera daquilo. Eu, quando grito, às vezes, é de repente (M.!!!!).

Etiquetas:

sábado, janeiro 06, 2007

Recordações: a opção pela creche

Depois dos 5 meses de licença que dei a mim mesma após o nascimento da M. (e nos quais achei que ia conseguir fazer tudo e mais alguma coisa, mas isso é outro assunto), a questão de com quem a deixar para poder continuar a exercer a minha actividade da altura era urgente.

Excluí logo a hipótese de uma creche. Porque me fazia impressão, porque imaginava montes de bebés a chorar e a serem alimentados em série (uma para ti, outra para este, outra para aquele) e nem pensar.

Acabei por ter de pensar e por ver que não era bem assim. A única ama (não abundam por aqui) de quem tinha referências, tinha mais meninos do que me parecia razoável. E comecei a imaginar que para além de cuidar de bebés, teria ainda de cozinhar e limpar a casa e... eu não estava lá para ver. Pessoas de confiança não tinham a disponibilidade desejada, pessoas com disponibilidade não me inspiravam total confiança.

A opção acabou por ser mesmo a creche. Porque o pessoal era, em princípio, especializado, porque era uma salinha com duas auxiliares e quatro bebés, porque quem tomava conta dela só se dedicava a isso mesmo (não tendo de cozinhar ou tratar de outras assuntos). E porque numa (naquela) creche há muitos olhos. Muita gente a ver. Mesmo não sendo eu.

(Ainda no decorrer desse ano aquela sala recebeu duas estagiárias. A certa altura eram quase mais adultos do que bebés. Muito colo e mimo teve ela!)

Etiquetas:

Do nada

- Há uma coisa que eu ainda não pecebi... Poque é que a escola é importante?

Etiquetas: ,

sexta-feira, janeiro 05, 2007

Estava tão linda hoje de manhã!

E eu zanguei-me tanto com ela. Porque nunca mais saía da cama, porque nunca mais bebia o leite, porque recusava todas as camisolas que eu escolhia (até a obrigar a vestir uma e pronto), porque o tempo passava e mais uma vez íamos chegar atrasadas, porque ontem à noite devia ter adormecido mais cedo (Quero ir para a sala! Quero ir para a sala!).

E depois olhei para ela, já na rua, casaco vestido, uma bolacha de aveia em cada mão e vi que estava tão linda. E grande!

Etiquetas: ,

quinta-feira, janeiro 04, 2007

Todos os dias

- Já é de noite? Olha que [r]ápido!

Etiquetas:

quarta-feira, janeiro 03, 2007

Só tenho a dizer

que ontem, no regresso à ginástica, nem podia com o rabo.

:)

Etiquetas:

Passagem de ano

Foi diferente das anteriores.
Crianças a brincar, adultos a conversar*. Fogo de artifício visto da varanda.

*Já não me lembrava desta sensação... Aos poucos, à medida que os meses passam e a M. fica mais velhinha, vou recuperando estes pequenos prazeres. Só agora ela me começa a libertar um bocadinho mais. E o prazer com que eu a vejo brincar!

Etiquetas:

Palavras

Mesmo falando bem, acho graça a algumas palavras que continuam a sair aldrabadas:

Sasser - Fazer

Amos - Vamos

Duias - Duas

Muír - Dormir

Ápido - Rápido

Cásh - Buscar


(Vou acrescentando à medida que me for lembrando.)

Etiquetas:

Regresso à escola

Correu bem. Sem grande alegria, mas com muita calma e nenhumas lágrimas.

Etiquetas: