sexta-feira, junho 30, 2006

Às vezes

penso sobre o que pesa mais na decisão de ter um segundo filho.

A vontade de o ter ou a vontade de dar um irmão ao primeiro.

Histórias

A avó contou-lhe a história da Carochinha. A tradicional, com Carochinha a esquecer as luvas no dia do casamento e João Ratão a cair no caldeirão.

Quando me pediu para a repetir, disse que preferia que o caldeirão fosse baixinho e a água lá dentro fria.

Mais tarde, resolveu que no fim da história o João Ratão levava mesmo as luvas à Carochinha.

Nas últimas versões, a Carochinha já nem sequer se esquece das luvas.

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quinta-feira, junho 29, 2006

Emocionada

- ´Tá a dar bontade de chorar...

Enquanto lhe mostrava um daqueles "livros do bebé" dela. Aqueles que preenchemos com uma série de informações (banhos, refeições, dentes, doenças, festinhas, etc.) e onde se podem colar meia dúzia de fotografias.

Espantou-me.

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Perdi a conta

de espirros-super-borrifantes que já lhe aparei hoje.

(Tadinha!)

quarta-feira, junho 28, 2006

Tripeiro nato

Confesso

Não sei fazer omoletes. Acabam sempre em ovos mexidos.

terça-feira, junho 27, 2006

De rastos

Estive três quartos de hora a tentar que a M engolisse uma colher de xarope.

Posso dizer que tentei tudo. Com a calma possível. Não consegui.

Na feira do livro

À pala dos "20% sobre o preço de capa" fui empilhando, empilhando.

No fim tive de deixar ficar o único livro que planeava comprar para mim.

segunda-feira, junho 26, 2006

Músicas da televisão

Não tenho nada, mas tenho tenho tudo
Sou guica em sonhos, e póme póme em ouro
Mas não me importo, pois só quequêr dinheiro
Não compo amigos, 'têlas, môr vedadeioooooo!


....................................................

Po'tugal, é o fado ca 'tóia acabou
A saudade do amor ideal
po'que eu sou quem soooooou!

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Quarto

É lá que estão quase todos os brinquedos e livros.
Há sempre meia dúzia de coisas na cozinha e outras tantas no quarto onde está o computador, o vídeo, etc.

Quase nunca vai brincar para o quarto sozinha. Quando quer ir, pede-me companhia. Excepto quando amua e corre para lá.

Prefere ficar na cozinha, na sala ou onde eu estiver e acaba por inventar brincadeiras com os objectos não-brinquedos: caixinhas, almofadas, molas, vassouras, baldes, porta-retratos, cestos, sacos, flores ...
Faz-me alguma impressão, sabendo que tem tanta coisa gira no quarto.

Será falta de interesse pelas coisas dela? Ou falta de companhia para brincar?

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Coisitas

Dormir: Nunca pede, nunca tem sono. Leitinho já deitada na cama e chupeta. Já adormece algumas vezes sozinha. Acorda cedo (7h-8h), mas por vezes volta a adormecer.

Comer: Fase mais esquisitinha. Vontade em provar coisas novas. Entusiasmo/desagrado motivado pelo aspecto da comida.

Brincar: Sempre com companhia ou com a participação de alguém da casa. Passear, bicicleta, passear, correr, bicicleta, dançar, bicicleta. Só pede para brincar sozinha na banheira, para poder despejar a água que quiser e lavar as paredes e portas com a sua esponja. Diálogos com as bonecas do tipo: Olha o que eu faço! Tu consegues? A tua mãe deixa? Tens medo?

Amuos: Sai a correr, bate com a porta do quarto e deita-se na cama com a cara para baixo, qual adolescente revoltada. Não quero portas fechadas! - é o meu grito (agora já não fecha). Depois fala mal de mim, alto e a choramingar.

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domingo, junho 25, 2006

Resultar

A propósito do post anterior.

É suposto que os castigos resultem?
E o que é resultar?
É ser remédio santo e a asneira não voltar a ser repetida? É acalmá-los por cinco minutos?


De repente, "resultar" pareceu-me uma palavra estranha, muito estranha.

sábado, junho 24, 2006

"Castigos"

(entre aspas, porque nunca sinto que sejam verdadeiros castigos)

Há muito tempo, já não sei quando, sempre que se portava mal e eu pronunciava a palavra castigo, era certo e sabido que ficava histérica, esperneava, não aceitava.

Agora, quando ouve M, vais imediatamente para o teu quarto pensar naquilo que fizeste!*, sai orgulhosa, sem derramar uma lágrima e dirige-se realmente para o quarto.
Não são raras as vezes em que faz chichi na cama e chama-me em seguida, como se nada fosse. Eu taba muito apetadinha...
(Custa-me a acreditar que seja descontrolo, já deixou as fraldas há quase um ano. Acho é que já topou que um "assunto" faz esquecer o outro.)

*Não estou sempre a dizer isto.
Só o digo em situações de deliberada falta de educação ou agressividade, quando me controlo e não lhe dou uma palmada.
Refiro-me a atirar coisas para o chão (caixa das bolachas, por exemplo) por birra, magoar-me propositadamente e afins.

Fazer bolos

Gosto de envolver as claras batidas em castelo na restante massa.

Não gosto mesmo nada de untar as formas.

sexta-feira, junho 23, 2006

Sáin Juon,

Sáin Juon, Sáin Juon!!!

:D

Bámo lá!

quinta-feira, junho 22, 2006

Educadora sensata

ou
Precipitei-me

Independentemente da quantidade de brinquedos que os meninos levaram, da carrinha para a areia só vai um balde e uma pá para cada um.

quarta-feira, junho 21, 2006

É à noite,

antes de adormecer, já com a luz apagada, que surgem as perguntas mais elaboradas e engraçadas.

- Quando eu era pequenina e 'taba na tua baíga, como é que eu bebia leitinho?

Lá lhe expliquei que não precisava, porque tudo o que eu comia ia também para a barriguita dela. Até lhe falei do umbigo.

- Então quando tu bebias um copo de leite, eu também bebia... E os bebés na baíga choram?

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Sinto que a minha gravidez aconteceu há muito, muito tempo. Não me lembro de algumas sensações. Acho até que lhe dediquei pouca atenção, que a gozei pouco. Sempre com pressa que chegasse a fase seguinte, a consulta seguinte, a ecografia seguinte, o nascimento.
A minha barriga cresceu devagarinho (e pouco) por baixo do kispo acolchoado que usei durante quase todo esse Inverno. Deve ter chovido muito, não sei. Passou horas a ouvir falar de economia internacional, taxas de juro, taxas de câmbio, lei geral tributária, contas de proveitos e contas de custos.
Lembro-me de sorrir por dentro e pensar: vais nascer tão esperta!
:D

segunda-feira, junho 19, 2006

Descubro

uma pilha de 8 ou 9 "Terras do Nunca", aquele destacável que sai aos domingos com a Notícias Magazine.

Olho para as datas: Janeiro 2003, Outubro 2002, Dezembro 2002, Março 2003, ...
A M ainda não tinha nascido. Foi para ela que as guardei.

Outras ainda datam de Fevereiro e Junho de 2002. Altura em que nem sequer suspeitava que iria engravidar.

Sempre gostei de guardar coisas (tenho imensas tralhas, revistas nem se fala). Para um dia...

Girassóis (para descomprimir)















Nasceu o nosso primeiro girassol! Ainda é bebé.
Temos uma relação afectiva com ele. Há meses que bamos ber os giassóis! e Mamã! Mamã! 'tá quase!

Gosto de a ver entusiasmada com estas coisas. É também uma forma de perceber que tudo tem o seu tempo, que as coisas acontecem lentamente e que temos de ter paciência para esperar.


(Quando era pequena queria ficar toda a noite acordada a olhar para as plantas, para não perder o momento em que elas se mexem e em que acontecem aquelas mudanças que normalmente só vemos de manhã. O nascimento de mais uma folhinha ou o abrir de um botão... :))

Perguntas

Hoje é um daqueles dias em que me sinto um bocadinho à margem do mundo. Não sei se é de mim ou do mundo.

Sabendo de antemão que a primeira ida à praia não se ia concretizar, por causa do tempo, esperei uns minutos pela educadora para saber qual o destino das expectativas da pequenada.
- Pois, vamos dar uma voltinha... até X ou Y. Ou mesmo passar por Z... Vamos ver.

Por que é que esta resposta não me satisfez? Por que é que me sinto inquieta por não saber se afinal foram até X, Y ou Z? Não é suposto eu saber com exactidão onde está a minha filha? E por que é que eu fui a única (até àquela hora) a fazer a pergunta à educadora?

Prometo

que amanhã levas o moínho!!

Desabafo

Fico furiosa quando vejo que, numa determinada situação, sou a única que cumpro e levo as regras a sério. Não sei se já experimentaram essa sensação.
É como se ouvíssemos, ao fundo, um coro de risos abafados e vozes esganiçadas: ai que trenga!

A M queria levar mais brinquedos para a praia do que aqueles que estavam no papel, a bold: um balde e uma pá.
Não, porque não podia ser, porque no papel diz que só se pode levar isto para não haver confusões, para não haver uns meninos com muitas coisas e outros com poucas...

Posso já dizer que fomos as ÚNICAS a chegar à escola com um mísero balde e uma mísera pá. Peneiras, ancinhos, forminhas, estava lá tudo.

Sei que não é caso para tanto, mas quando saí até as lágrimas me vieram aos olhos com os nervos. Estava capaz de esganar alguém. Não me saía da cabeça aquela imagem. Aqueles maravilhosos e fantásticos trens de praia e ao lado o pobre baldinho sozinho com a sua pá.

(Com os bolos de aniversário é a mesma coisa! Não tenho visto muitos bolos secos (tipo pão-de-ló, de iogurte ou de laranja), sem cremes ou coberturas, como está escrito no regulamento interno.)

Sonhei

que me esquecia de tudo. Que voltava a casa por duas vezes porque faltavam os chinelos, a toalha, a muda de roupa, o protector. Que lhe pedia desculpa pela minha distracção e dizia que ia a casa e já vinha. Que todas as outras mães tinham sacos impecáveis e organizados com tudo o que era preciso.


(Começa hoje a "praia" na escolinha.)

sexta-feira, junho 16, 2006

Lição

que eu já devia ter aprendido.

Não é porque lhes fazemos as vontades todas e satisfazemos todos os seus desejos, que o dia corre melhor.

(Refilona! Despotazinha!)

Caras

Também gosto de imaginar caras. Acho que o faço naturalmente e de uma forma automática.
Não sei se é normal mas, no caso dos blogs, imagino não só as caras, como as casas, as pessoas da família, os empregos, ...

Tudo muda quando as palavras ganham um rosto. E surpreendo-me muitas vezes.

(Não gosto muito de ver filmes baseados em livros que já li. Os actores escolhidos nem sempre correspondem à imagem que fiz das personagens da história. Fico muitas vezes desapontada e com uma sensação esquisita.)

A primeira grande surpresa foi com a Sandra.
Assim que a comecei a ler e até ao dia em que vi uma foto no blog, para mim ela tinha cabelo bem curtinho, preto (assim ao estilo da Demi Moore no Ghost), era alta e magra. Despachada, narizito empinado. Só acertei em algumas (poucas) características.

A minha Dora era sardenta, madura, cabelo castanho (não muito escuro), ligeiramente altiva, sem papas na língua, sem dúvidas. A maior surpresa da Dora real, para além da imagem, foi a sensação de proximidade que senti.

A Rosa teve cara antes de ter blog, para mim.

A Nádia da minha imaginação tem cabelo castanho escuro, assim pelos ombros, sempre arranjado. É elegante e bonita. Decidida, despachada, tão ternurenta quanto firme. Apaixonada pelos filhotes. Muito independente, ali não há lamechices! :)

Da Xana sempre tive uma imagem muito clean. Seja lá o que isso for. Uma pessoa que transmite serenidade, mas que por dentro fervilha. Delicada, reservada.

A Denise é magra, cabelo ondulado e escuro. Simpática, riso fácil. Acho que é igual à filha, mas em versão adulta.

(continua)

quinta-feira, junho 15, 2006

Mais um teste



Você é a Selecção do Togo:
Você nem sabe bem por onde anda, a maior parte do tempo só quer é aproveitar o bom da vida, sem se preocupar demasiado. Não é ambicioso, por isso, para si, tudo o que vier á rede é peixe, valoriza o bom que lhe acontece e se por acaso as coisas lhe correm mal você encolhe os ombros e diz: Siga! Olhado com simpatia e curiosidade por quem o rodeia, você não tem mau perder e para si ganhar é quase um milagre.

terça-feira, junho 13, 2006

Digam-me

que este temporal vai passar.
Que o vento vai parar de zumbir nas janelas.
Que a chuva vai parar de cair.
Que amanhã o céu vai acordar azul outra vez.

O estado do tempo afecta-me imenso. Não estava preparada para isto. Preciso da segurança das estações. Primavera, Verão, Outono e Inverno, tudo pela ordem e na altura certa.

Ainda ontem fomos comprar fatos-de-banho e chinelos.

segunda-feira, junho 12, 2006

Casamento V

No dia seguinte:

- Mas a vovó deixa comer o gelado sem comer a f'uta...

Casamento IV

Não consegui abstrair-me dela.
Conversei, ri, dancei, mas percebi que nunca mais me sentirei completa se não a tiver por perto.
O que não significa que me tenha arrependido de a ter deixado em casa. Não invejei, de todo, as mães (mais do que pais) que se esforçavam por entreter os filhos naquele calor ou adormecer os bebés transpirados e cansados ao colo.

- Diz à mamã que eu estou a chamar por ela! - ouvi, enquanto falava com a avó ao telefone.

Casamento III

Foi uma sensação estranha vê-lo casar. Uma angústia feliz.

A noiva ia de azul.

(Foi o primeiro a casar MESMO. Para o ano há mais.)

sexta-feira, junho 09, 2006

Inconvenientes

Deste "Verão" que chegou mais cedo:
Ter um par de sandálias da M já muito gastas e quase a precisar de substitutas.

Há mais de um mês que as usa ininterruptamente (apenas calçou sapatilhas duas ou três vezes). No cimento, na relva, na terra, na bicicleta, na trotinete, ...

Só quer


















andar de bicicleta.

P! P!

Podes ler isto, sff!

quinta-feira, junho 08, 2006

Quando vejo

um cão a correr desalmadamente e durante muito tempo atrás de um carro, dá-me vontade de chorar.

quarta-feira, junho 07, 2006

Atenção!

Ela já decidiu.

Vou ter mais dois bebés. Duas meninas: uma Cata'ína e uma Maria, por esta ordem.
A hipótese de nascerem rapazes nem se coloca.

(A forma como encara este cenário, enternece-me. Diz o que vai fazer e acontecer. Passa a mão pela testa, diz que não vai ser nada fácil, mas que consegue tratar delas sozinha.)

- E onde é que bamos 'muir [dormir]? Todos ao monte?!

Torceu o nariz quando lhe disse que então eu ia ter três filhas.
Quer irmãs, mas filha é só ela.

Troca de papéis

Agora é muitas vezes irmã do pai. Eu sou a mãe dos dois.

O guião é quase sempre o mesmo.
Ele, o "irmão", tem medo de fazer alguma coisa: andar de bicicleta, fazer ginástica na praia, etc. O meu papel é dizer: Vá, não tenhas medo! Olha para a tua irmã, não tem medo, olha que bem!

Palavras/Expressões

(que adoro ouvir da boca dela)

- É inquivel!

- Não aquedito! Eu não aquedito!

- É hoguibel!

...................................................................................

"Gagueja", não nas palavras, mas antes de as dizer, principalmente quando quer contar muita coisa ao mesmo tempo. Hoje, a D. tinha um... um... um... ehh... um... o... e lá sai qualquer coisa. Tipicamente quando vem da escola, onde me parece que passa muito tempo calada.

Cabeça para trás

Finalmente!

Ontem o lavar o cabelo no banho não foi um pesadelo. Correu muito bem, não houve gritos e foi muito mais rápido (claro).

A toalha pequenina a tapar os olhos e a cara é que não prescinde. Mas também não incomoda nada.

terça-feira, junho 06, 2006

Dermatologista (já agora)

- Não é preciso comprar protectores solares novos todos os anos. Desde que estejam dentro do prazo, podem ser utilizados. São testados e feitos para resistirem a temperaturas elevadas, não há problema nenhum.

Pediatra

Frases dela que nunca mais me esqueço:

- Ao princípio não costuma ser fácil, mas se ao fim de um mês já comer uma colher inteira de sopa, óptimo! Estamos no bom caminho! - na consulta dos 5 meses.

(Imaginam a minha satisfação quando a M comeu três colheres logo no primeiro dia.)

- Há miúdos que deixam de comer. Outros que só comem às segundas e quintas. Outros que só comem ao fim-de-semana. E depois as famílias reunem-se, em lágrimas, à volta da balança e... olha, então o miúdo até aumentou de peso. - a propósito da anorexia fisiológica.

segunda-feira, junho 05, 2006

Casamento II

Decidi não levar a M.
Ia ser cansativo para mim e para ela. Ela não ia disfrutar de nada e eu muito menos.

Se lhe digo que vamos a um casamento, fica desolada por não ir também.
Optei por dizer que vou a uma festa. Uma festa aborrecida para ela, só com adultos, nada de especial.

- Mas eu quero ficar contigo!
- Mas eu tenho de ir, querida. Eu e o papá fomos convidados e se não formos o X fica triste...
- Então bai só o papá. Tu ficas comigo!
- Temos de ir os dois. Vá, não custa nada.
- Mas...
- E já te disse que aquilo é muito aborrecido, demora muito tempo, tem muitas pessoas a falar... (ar de seca)
- Então, p'onto, não bais...
- ...

Casamento I

Acabei de descobrir que o vestido que planeava levar ao casamento do próximo sábado me fica largo.
E nenhum me assenta como aquele, que foi feito só para mim, só para o meu corpo. Mesmo largo, contorna correctamente as minhas linhas, sem sobrar ali ou apertar aqui.
Nunca encontrei nada assim no pronto-a-vestir.

sábado, junho 03, 2006

No Senhor de Matosinhos

andou de carrocel e comeu algodão doce pela primeira vez.

Na segunda "volta", num outro carrocel em que aceitou (e tinha de) ir sozinha, mudou de cara assim que o barco-cisne começou a andar. Não pestanejou, não choramingou sequer. Com a cara mais séria e calma do mundo disse Quero sair! quando passou por mim.

Claro que mandei o senhor parar aquilo.

Nota: Tudo a 1,5 euros parece-me carote, não? Estava a contar que 5 euros dessem para muita coisa... No meu tempo dava...

quinta-feira, junho 01, 2006

Tempo

Sabe distinguir o passado do futuro.

Ontem pode ser mesmo ontem ou há muitos dias, mas é passado. Também diz há muitos dias.

Amanhã pode ser mesmo amanhã ou daqui a alguns dias. Outra variante é pá semana.
Às vezes acrescenta um à tarde, para dizer que falta ainda mais tempo.

Se dormir uma sesta entretanto, é capaz de dizer que o que se passou durante a manhã, foi ontem.
Ou alguma coisa que se passou na véspera parece que foi hoje.

Como é bom!

Ouvir:

- Então? Bamos? [para a escola]

- Então? Podes ir. [porque eu continuava a agarrar-lhe a mão à porta da sala]


Os dias não são todos assim. E parece-me normal que assim seja.

Quase todas as manhãs pergunta: Há 'cola?
Às vezes sei que quer que a resposta seja não, outras vezes quer que seja sim.

...

A idade* e os anos de experiência tornam-nos mais seguros e confiantes.

Hoje sei que não preciso de seguir métodos com os quais não concordo em relação à educação da M.
Das vezes que o fiz (ou tentei fazer) o que passou foi uma tremenda falta de consistência (porque eram reacções que não vinham de mim) e um sentimento de desconforto.

Admito que tenho muitas falhas, mas são as minhas falhas. Não sei imensas coisas, procuro ajuda muitas vezes. Mas não procuro métodos, não procuro receitas. Procuro orientações, pergunto: E contigo, como foi?


*:)

O post anterior

estava nos rascunhos há algum tempo e não quis deixar de o publicar, apesar de não ser bonito nem vir a propósito de coisa alguma.

Também já aprendi que estes episódios fazem parte da maternidade, o que não quer dizer que me habitue ou que passe por eles com indiferença. Mas já não fico com o coração apertado tanto tempo, já não tenho aquela sensação estúpida de que estou a fazer tudo mal. Confio mais em mim. Tenho mais auto-controlo. Faço o que me parece estar certo.