sexta-feira, março 31, 2006

Quando diz

- Mamã, quando eu quesher bou comp'ar uma fuôr bonita pa ti. Bou comp'ar muitas coissas pa ti.

- Papá, quando eu quesher bou comp'ar um gogo (gorro) e um cá'col (cachecol) pa ti, tá bem? Muitas coissas...

- Bubu, quando eu quesher bou comp'ar uma penda muito seguedo pa ti.

o que quer dizer é que gosta muito de nós. É o que eu acho.

Delicadeza

A minha filha é uma miúda calma e até delicada para os outros. Em casa nem tanto (mas isso agora não interessa nada).

Entendem, portanto, a dificuldade que tenho em explicar-lhe que não pode ser assim tão delicada quando estão em causa interesses seus ou mesmo a integridade física.

Ontem a novidade foi: Hoje ela defendeu-se.

quinta-feira, março 30, 2006

A realidade

é que as crianças, mesmo (ou deverei dizer principalmente?) com 2 ou 3 anos, batem* umas nas outras na escola.

Custa-me a entender, porque não me lembro de ter batido ou "apanhado" de alguém no infantário. Era mais velha, já tinha 4 anos.

O P. diz que os miúdos agora são diferentes. Mais agressivos.
Eu não sei.


*Empurrar, puxar, dar palmadas.

quarta-feira, março 29, 2006

Dormir

Nos últimos dias o sono não chega antes das 22:30/23:00. É tarde. Para mim e para ela que deveria acordar às 8:30 para tudo correr bem de manhã.
Demoramos eternidades a lavar-dentes-fazer-chichi-beber-leitinho-deitar-e-pôr-a-fralda*.

Por outro lado, noto-a sonolenta e cansada à hora de começar a jantar, 19:30 (aproximadamente), o que não dá jeitinho nenhum.

As minhas tentativas para a fazer adormecer sozinha, como ficar ali pelo quarto a arrumar umas roupas depois de apagar a luz, em vez de estar sentada na cama ou de joelhos no chão com a cabeça deitada junto à dela, têm sido goradas.
Agora tenho ouvido uns "Eu ajudo!" bem acordados e sem sono.

Quando quer começar a conversar e a brincar e eu digo "Vá, é para dormir, não posso ficar aqui o tempo todo!" tenho como resposta uma gritaria teatral e cheia de lágrimas do género "Não! Ficas aqui sempre! Não podes ir embora!".

É a minha cruz.


*Eu sei que a ordem não devia ser esta.

terça-feira, março 28, 2006

Quase 3 anos

Olho para o teu corpo e não encontro a minha bebé. Talvez só nas mãos, na barriguita depois de comer, na suavidade da pele ou na expressão do rosto enquanto dormes.

As pernas mais longas, bem delineadas, elegantes, que transbordam para fora do meu colo, os gestos despachados e descontraídos, a força, são já de menina. E as formas e proporções que adivinham uma feminilidade linda e perfeita.

Mágica esta transformação que me faz passar horas a admirar-te, a sorver-te as palavras, a responder-te às fantásticas perguntas, a ensinar-te coisas que me ensinaram a mim. Abraçar-te e sentir que estamos no bom caminho e que não podíamos ser mais felizes.

(Faltam 2 semanas...)

Ser irmã mais velha

É ver os pais emprestarem o carro à mais nova no próprio dia em que passou no exame de condução e lembrar as semanas/meses que foi preciso mendigar para ter o mesmo.

É ver os pais deixarem-na ficar em casa sozinha enquanto vão de férias e pensar que isso nunca, nunca aconteceu comigo.

(entre outras coisas)


Adenda: Nada disto me incomoda, até acho uma certa graça!

segunda-feira, março 27, 2006

Creches

Susto

Sei que a ouvi fungar para dentro algumas vezes (e se calhar com alguma insistência) e tossicar durante a noite, mas como está constipada, não liguei e achei natural.

De manhã, sangue no nariz, na manga do pijama e no lençol. Seco.

Ok, não era muito. Usando as medidas da pediatra, seriam duas/três colheres de café.

Terá sido a constipação e o fungar com força que provocou a pequena hemorragia?
Ou o sangue é que a estava a fazer fungar e tossir?

:|

Diz escupa*

É o que tenho ouvido depois dos nossos arrufos.
Acho que não devo ter-lhe explicado bem o significado de pedir desculpa. Quem faz asneira é que pede desculpa, logo quem fez um berreiro para calçar as meias depois do banho ou pontapeou com fúria uma manta que eu cuidadosamente dobrei é que deve pedir desculpa.

Mas é a mim que ela se dirige com um ar de compreensão e de vá-pede-lá-desculpa-que-eu-esqueço-tudo.

*Diz desculpa!

[Gosto da palavra arrufo.

Arrufo
s.m. acto de arrufar ou arrufar-se; agastamento entre pessoas amigas; amuo; despeito leve
(Dicionário da Lingua Portuguesa, Porto Editora)]

sábado, março 25, 2006

Constipação

Nariz a pingar, olhos a lacrimejar, alguma tosse, muito mimo, mais chupeta, zangas e gritos para tomar o xarope... :(

Apesar de tudo, hoje melhor que ontem. Amanhã (ou depois) já estará fina!

Serve isto também para dizer que me sinto (e não sinto) culpada por não a obrigar SEMPRE a calçar pelos menos umas meias em casa ou por deixar ALGUMAS VEZES que vá da porta de casa até ao carro (ou o inverso) sem casaco.
A verdade é que os agasalhos e a M não são muito amigos e acabo por facilitar pequenas coisas para evitar discussões.

Nem sei como é que não se constipa mais vezes.

Pal e outras meninas:

Ora bem, vamos lá ver se eu me consigo explicar. Pode parecer estranho.

A verdade é que não me importo de partilhar a minha intimidade e os relatos do meu dia-a-dia com os meus amigos ou convosco, mas faz-me um bocadinho de impressão partilhá-los com pessoas que, não sendo minhas amigas, me conhecem da vida real.

É basicamente isso. Descobri que a filha do amigo da vizinha começou a ler o meu blog e isso impedia-me de escrever livremente.

sexta-feira, março 24, 2006

Brincadeiras

Não consigo gostar nem ter paciência para aqueles joguinhos de faz-de-conta, em que eu tenho um boneco na mão e ela outro.
Tenho pena de ser assim, mas a verdade é que, por mais que me esforce, raramente me saio bem. Ou antes, raramente a coisa corre como ela gostaria. Explica-me o guião, eu aborreço-me, inovo um bocadinho, ela grita comigo e eu irrito-me com ela por me ter gritado. Por isso é que tento sempre escapar.

Sou muito mais mãe de correr, saltar, dançar, cantar, desenhar, pintar, cozinhar, ler. Isso é bom, não é?

(Também aguento/gosto de jogar aos médicos. )

Casa nova

É esta.

:)