segunda-feira, outubro 30, 2006

Insistir

Depois de descascar um bocadinho de uma tangerina, abandonei-a para comer mais tarde. Aqueles súbitos desapetites... Quando descobriu que fui eu, ralhou-me. Não se faz isto à fruta!

Como esta, há muitas outras frases que lhes dizemos e que parecem cair sempre em saco roto (Não se estraga comida!; Não se faz isso ao pão!; Não é bonito comer assim!). Parece que nem são ouvidas, desaparecem no ar. Quase que me esquecia que fingir ignorá-las faz parte do papel deles.

Vale a pena repetir. Todos os dias, as vezes que forem necessárias. Meses ou anos a fio se for preciso.

Não dizê-las é como desistir e isso é uma coisa horrível.

Amanhã vou ao IKEA!

Amanhã vou ao IKEA! Amanhã vou ao IKEA! Amanhã vou ao IKEA! Amanhã vou ao IKEA! Amanhã vou ao IKEA!

Dos blogs

Tenho tantas saudades da Nádia.

(Muito) sono

Naquela noite em que supostamente íamos todos dormir mais uma hora, levantei-me cinco vezes entre as 3:30 e as 7:20. Tosse, leite, tosse, borbulha que estava a dar muita comichão, chichi.

domingo, outubro 29, 2006

Hábitos

Ou

cortar uma peça de fruta para mim aos bocadinhos muito pequeninos.

quinta-feira, outubro 26, 2006

Teclas, ratos e comandos

O computador e outras máquinas cá de casa nunca foram objectos proibidos. Aliás acho que nunca houve nada verdadeiramente proibido no sentido de que NUNCA poderia mexer. Havia e há regras de manuseamento. Havia e há coisas em que não pode mexer sozinha. Com esta foi assim, com outros não sei. Depende muito dos feitios.

Muitas vezes a sentei ao meu colo em frente ao computador e acho que até já contei aqui que volta e meia me pede para pôr tudo b'anco para poder escrever. Escreve e apaga. Letras grandes e letras pequeninas. Depois irrita-se com aquilo e pede-me para imprimir o que fez.

Aprendeu a usar aquela rodinha que o rato tem (o elevador, vá) para andar para cima e para baixo e foi nessa altura que percebeu que os movimentos da setinha branca correspondiam aos movimentos que fizesse com o rato no tapete.

Ontem usou efectivamente o rato pela primeira vez. Tinha de registar.













Lembrei-me de mim, que só toquei num rato aos 8 ou 9 anos. Foi para jogar Solitário em casa de uns amigos dos meus pais. Primeiro que acertasse onde queria...

Vejo que já sabe em que botão do comando se aumenta o volume do televisor (grrrr!). Procura o número 2 para ver o Zig Zag. Põe e tira cd's...

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quarta-feira, outubro 25, 2006

Sem medicamentos

Não por fundamentalismo meu, mas porque ela não abre a boca para os tomar. Tem verdadeiro pavor.

As constipações demoram mais tempo a passar, mas passam. Não me atrapalho muito. Uns chás quentinhos, umas nebulizações de soro muito mal feitinhas, uns rebuçados para chupar (a pediatra disse que faziam o mesmo efeito que qualquer xarope expectorante). Deus nos livre de qualquer coisa mais séria!

Mas estou até hoje cheia de problemas de consciência porque acho que o desparasitante não entrou como devia ser. Lá a convenci a beber da garrafinha, ao mesmo tempo que comia outras coisas, depois com uma palhinha e já só falta um bocadinho. Entretanto entornou-se um bocado e a segunda dose foi tomada numa data errada.

A vida não é assim.

Eu só queria ficar sempre em casa contigo...

:)

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terça-feira, outubro 24, 2006

Magias

Não sou nada de criar fantasias ou inventar histórias para a convencer a fazer isto ou aquilo.
Talvez por isso tenha acreditado tão facilmente quando lhe disse que havia umas gomas mágicas que ajudavam os meninos a ficar menos tristes. Punham-nos com vontade de fazer coisas, com mais coragem e mais alegria. Eram para ser usadas naqueles dias mais complicados, como o de hoje, em que não apetece mesmo nada ir à escola e em que só de pensar na aula de ginástica nos apetece chorar.

Uma em casa, outra à porta da escola.

Mal ou bem, lá foi, sem lágrimas e com a língua cor-de-rosa.

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segunda-feira, outubro 23, 2006

Boca fechada

Ia dizer que acho mal uma menina da sala da M, de três anos e meio, ir todos os dias a mascar pastilhas para a escolinha. Mas não digo.

Não digo porque também acho mal muitas coisas que faço ou deixo fazer. E criticava quem o fazia antes de eu própria ter filhos ou antes da M chegar a essa idade. Pronto, agora já não acho nada mal. Cada um é que sabe.

Se eu soubesse que a M ia todos os dias feliz para a escola e que lá brincava e se divertia se levasse uma pastilha na boca, também deixava.

Fim-de-semana

As birras e fúrias desaparecem.

Sábado fomos calmamente a pé até à casa da vizinha que mora mais longe. Gosto tanto. Os passarinhos que se juntam à volta dos pequenos charcos depois da chuva. As agulhas dos pinheiros que cintilam. O silêncio.

No domingo prendemo-nos em casa. Comemos muita aletria e pão com manteiga.

sexta-feira, outubro 20, 2006

Fiz-lhe um calendário


Para conseguir "ver" se faltam muitos ou poucos dias para sábado ou domingo ou para algum acontecimento especial.

São só os dias de uma semana. O sábado e o domingo estão pintados a azul por dentro. Na altura não me ocorreu nada mais elaborado. Podemos afixar coisas para marcar dias, o quadro por trás é de cortiça.

Giro, giro era com bolsinhas de pano, como aqueles calendários do Natal.

quinta-feira, outubro 19, 2006

MG*

A super-mãe de olhos lindos abriu uma loja muito simpática.
Espreitem aqui.

*Também pode ser Miúda Gira!

Choro

Vem especialmente cansada e tensa da escola.
Chora muito, por qualquer coisa. Irrita-se comigo, basta que não entenda uma palavra que disse ou que lhe faça uma pergunta à qual não queira responder.
Nem sempre tenho paciência para estes achaques. Às vezes descontrolo-me, grito e bato em mim mesma pelo que está a acontecer. Quase choro.

Ontem o dia correu melhor. Em vez de a bombardear com perguntas ou querer fazer mil e uma coisas depois de a trazer da escola, fiz com que descansasse. Chupeta, desenhos animados, miminhos.

Uma hora depois arrebitou, contou-me o que quis sobre o seu dia. Já não lhe deu aquele quebranto de fim de tarde. O encarrilamento banho-jantar-brincar-dormir foi mais pacífico.

Vamos ver hoje...

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Adaptação diária

Todos os dias demora algumas horas a adaptar-se à escola. De manhã está chorosa, vai participando nas actividades, mas mantém-se junto da educadora ou auxiliar. Fica como eu a deixo, infeliz, lágrima sempre a querer saltar do olho.

A partir da hora de almoço muda completamente. Liberta-se, brinca, conversa.

[A educadora teve a amabilidade de a filmar com o telemóvel para me mostrar (e descansar). Dançava, ria, gozava. Tão bom...]

No dia seguinte a mesma coisa.

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terça-feira, outubro 17, 2006

Está mal!

Não acho nada bem darem o Ruca e o Noddy às 19:30 e 20:00, respectivamente, no Panda.
São horas de jantar!

Caseira

Ultimamente quase que tenho de lhe pedir para sairmos. Ao parque, por favor?

segunda-feira, outubro 16, 2006

Avanços

Mas na sala dos três anos já se tem um "livro adoptado"?

Não sabia que podia ser assim.

Pede-me um irmão (ou será um bebé para brincar?) com tamanha insistência e paixão que quase me comove.

Hoje falou no assunto três vezes ao longo do dia.
Depois de jantar enumerou pormenorizadamente e com uma ternura que eu nunca julguei que tivesse todas as coisas que poderia/queria fazer com esse bebé.

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Más noites

Adormece tarde (nunca antes das 22:30). Choraminga. Antecipa o que vai acontecer no dia seguinte, o bom e o mau. Choraminga. Acorda a meio da noite, pergunta se já é de manhã e pede-me para acender o candeeiro. Demora a adormecer outra vez.

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quinta-feira, outubro 12, 2006

Voltámos

ao Hoje há escola? Nããããooo... e às resistências para ficar.
Hoje fi-la chorar. Fui ríspida e mandei-a ir ter com os meninos imediatamente, se faz favor.

Devia ser obrigatório que os filhos estivessem sempre felizes.

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quarta-feira, outubro 11, 2006

3 anos e meio

Fala, fala, fala.
Tanto e tão bem.

Hoje pediu-me para não dormir na escola. Não pude deixar.

Terceira noite sem chichis.

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Gostar

(A propósito de um comentário da Cool Mum. :))

Um avô que eu conheço gosta imenso dos netos e de tê-los todos juntos a passar as férias lá em casa. Mas diz que ainda gosta mais deles quando os vê abalar.

terça-feira, outubro 10, 2006

Ter só uma filha

é podermos jogar calmamente dominó e "quem é quem" com ela depois do jantar.

Será possível com mais?

Adenda: Eu ando um bocadinho lelé, mas não vou corrigir nada. Só estava a pensar se a mesma situação seria possível se tivesse agora mais filhos. Se tivesse um bebé em casa, por exemplo.

Amor

Viu-me chegar. Correu através do refeitório. Tropeçou em alguém. Caiu. Eu não vi. Encontrei-a já em pé, com duas ou três pessoas à volta, cara de dor. Assim que olhou para mim o rosto iluminou-se. Já não doía nada.

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Atitude

Deixei-me de coisas. Vai deixar a fralda da noite quando quiser e estiver preparada.

Bastou a minha mudança de atitude, para que se aguentasse duas noites sem chichis. Mesmo bebendo leite antes de dormir e sem que a levasse à sanita antes de me deitar.

Isto deita por terra a minha teoria da falta de controlo. A certa altura parecia-me que o sono era tão pesado que não sentia o que acontecia. Acordava já molhada e desconfortável. Agora voltei à hipótese da preguiça. De se levantar, de sair do quentinho da cama. Houve dias em que acordou com a fralda seca, não me deixou tirá-la e enquanto eu preparava o leite da manhã, pimba, chichi na fralda.

É capaz de ser as duas coisas.

segunda-feira, outubro 09, 2006

Mimos

Pede-me mimos. Muitos.

- Anda para aqui. Peciso miminhos...

E miminhos é ter os meus braços em redor do corpo dela, ter o meu cabelo para mexer, encostar a cara ao meu peito. Estar ali. Aninhar-se no meu colo.

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À espreita

Hoje fiquei à espreita. Confirmei que a resistência à escola só dura enquanto eu lá estou. É o largar-me. O deixar de ter o meu corpo ou a minha mão para agarrar.

O choro parou há mais ou menos duas semanas.

sexta-feira, outubro 06, 2006

Engasguei-me

- Que é isso? Bocês não são casados!!

Depois de nos ver dar um beijo.
Atrapalhei-me de tal maneira a explicar que não éramos casados porque não tínhamos feito uma festa de casamento, mas no fundo éramos casados porque estávamos juntos e éramos mãe e pai, que mais valia estar calada.

A descrição exemplificativa que se seguiu de como devem os casados dar beijos, mais do que engasgada, deixou-me petrificada.

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quarta-feira, outubro 04, 2006

Nervosita

para o primeiro dia de ginástica na escola.
As sapatilhas apertavam, as meias magoavam, as calças não estavam bem.

Correu tudo muito bem. Acho que gostou. Saltaram dentro de uns arcos, chutaram umas bolas e tentaram saltar ao pé coxinho, foi o que me contou.

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Limite

Acho que já atingimos o limite de brinquedos cá em casa.
Vejo-os entrar e não vejo nada a sair.
E para além dos brinquedos há os copinhos e as colherinhas dos gelados, as pedrinhas, os paninhos em retalhos, os saquinhos, os recortes, os preciosos pedaços de lã, as caixas. Olho à minha volta e só vejo lixo! (Razão tem o Dr. Mário Cordeiro quando diz que em brinquedos e roupa não vale a pena gastar muito dinheiro. Para a próxima já sei.)

Só temos uma menina com três anos de natais e aniversários, mas também tivémos a sorte (ou o azar) de herdar uma série de brinquedos das primas e tia. Daqueles espaçosos, tipo toucador com banquinho e tal e sanita do Nenuco e o carro não sei quê (que tem para aí um metro e ao qual estou sempre a dar pontapés e que não me deixa abrir em condições a porta do armário). E volta e meia ainda descobre alguns que eu já tinha "arrumado". Olha isto!! É tão girooooo...
E os Little People (esses fomos nós que comprámos) que de little só têm mesmo os bonequinhos, porque a pista dos carros e a casa são enormes e ocupam imenso espaço no chão. Até as caixas de arrumação ocupam espaço! E nós precisamos de circular e respirar.

Já decidi que no próximo Natal não há cá brinquedos espaçosos.

terça-feira, outubro 03, 2006

Canerbos!*

Chamem-me o que quiserem, mas há dias em que só de ouvir as palavras "vamos" e "brincar" seguidas e dirigidas a mim, me sai fumo pelas orelhas.
No sábado estive mesmo para vir aqui gritar que DETESTO brincar!

Hoje já não. É a vantagem disto tudo, passa depressa.

*expressão com direitos de autor

segunda-feira, outubro 02, 2006

Instinto

Acho os livros da especialidade óptimos. São excelentes guias. Tenho poucos, mas já tenho pedido informações a quem tem. Porque nós não sabemos tudo e às vezes até nem sabemos nada.

O mesmo se aplica às opiniões e dicas de quem nos rodeia.

Alguém me disse, antes da M nascer, que quanto mais informação tivesse, mais segura me sentiria. Pode ser. Até foi.

Mas continuo convencida que os meus melhores momentos como mãe foram aqueles em que olhei a minha filha profundamente nos olhos e ouvi o que ela e eu (cá dentro) queríamos dizer. Mesmo que toda a gente já vista gola alta e casaco, nós podemos ainda não ter frio nenhum. Até os erros que cometemos, se forem por instinto, se suportam melhor.